Nascido em Santo Inácio,
distrito de Gentio do Ouro, sua musicalidade brota da relação com a natureza e
de seu amor pela vida, pela família, pela gente simples, interiorana,
sertaneja, ribeirinha, com a qual se identifica profundamente e cujas histórias
são também inesgotáveis fontes de inspiração. O encanto pela simplicidade das
mulheres barranqueiras, transborda em suas composições musicais: “Moça
barranqueira teu cabelo cheira água de colônia Flor de laranjeira”.
Através da música, seu grande instrumento, Loiola, junto com
outros parceiros que foi encontrando ao longo do caminho, tentou levar uma
mensagem de esperança e transformação social a sua gente. Nos projetos sociais
sempre contou com a parceria de Cida, sua grande companheira, mulher forte, mineira,
barranqueira, com a qual teve dois belos filhos: Thiê e Ariã.
Trajetória
Filho de D. Helenita, amante das letras e poeta, e do Sr.
Faburino, homem sábio e autodidata, Inácio nasceu, no sertão baiano, em 1959.
Sua criatividade e talento musical parece ter herdado da sua mãe que sempre
gostou de cantar e escrever peças teatrais.
Do seu pai, aprendeu a ser autodidata. Aprendeu a arte musical
exercitando-se com dedicação, tocando com diversos parceiros, compartilhando o
saber e o prazer de tocar e cantar com paixão.
Inácio começou a manusear os instrumentos musicais por volta dos
nove anos de idade, devido à convivência com um amigo que fazia parte de uma
família de músicos, o Pedro Sampaio. A Banda Preces dos irmãos Sampaio, famosa
na região naquela época, foi uma grande referência inicial. No entanto, sua
musicalidade desenvolveu-se e amadureceu a partir do encontro com um grande
músico mineiro, o Magela, a quem Loiola atribui o mérito de ter-lhe
proporcionado a formação musical que possui.
Sua carreira começou a se delinear em Pirapora em 1973, onde
criou, junto com outros músicos, o Roda-viva. Deste grupo também faziam parte:
Magela, Ivinho Lopes Paulinho Siqueira, 0zeias, Pepe Paraguassú e Chico Rei.
Esses artistas permaneceram junto durante três anos, desenvolvendo o trabalho
em Minas Gerais.
Em Brasília, onde passou a residir em l977, criou o grupo musical
“VAPOR HUMANO”. Quando retornou ao sertão, em 1983, aconteceu o encontro que
marcou boa parte da vida do Loiola cidadão e artista, a parceria com o poeta,
que depois tornou-se compadre, Juniô. Este foi um período de grandes
realizações, dentre outras a criação do Grupo Gameleira do Assuruá.
Moravam numa comunidade alternativa, vivendo de música e da
colheita de verduras orgânicas plantadas nos brejos da região. Participavam das
feiras livres das cidades vizinhas, tocando seus instrumentos, cantando e
levando diretamente ao povo uma boa música, enquanto vendiam os produtos da
horta. Procuravam oferecer um bom alimento para o corpo e para a alma da gente
que circulava por ali.
A grande realização do grupo na área musical foi a criação da
Banda Natureza que começou com o quarteto: Inácio Loiola, Juniô, Jacó e
Paulinho. Esse grupo levava ao público, através de breves cenas, personagens
muito interessantes como o “Velho Chico” e o “Zé Perguntador”. E, de forma bem
humorada, lúdica, com muita arte e grande estilo, buscavam promover a reflexão
sobre questões sociais de interesse regional, entre outros, a preservação do
meio ambiente, mais especificamente, a preservação do rio São Francisco.
Neste Período Inácio conquistou o primeiro lugar no 1º Festival de
Música e Poesia (FEMUP) com a música Arrabio.
Com esse grupo, participou da criação da Iª Semana de Arte e
Cultura de Xique-xique e ajudou a organizar a IVª Semana de Arte e Cultura de
Irecê, da qual também participaram apresentando suas músicas.
A Banda Natureza, posteriormente, virou um quinteto - Inácio,
Junior, Jacó, Rubinho do Rio e Márcio Levi - e ganhou a estrada e o caminho do
rio. Realizaram muitos shows na Bahia e em outros estados.
Em 2003 Gravou o primeiro CD “Tempo de Amar e de Viver” que foi
produzido junto com sua filha Ariã, Em 2007, Loiola lançou o CD “Inácio Loiola:
Barranqueiro”, disco que condensa um trabalho de vários anos, comporta diversos
gêneros musicais e que tem sido levado ao público em vários shows na Bahia e em
outros estados. Entre as cidades por onde apresentou seu novo trabalho, está
Uibai, cidade onde Inácio viveu um período da sua vida de estudante, onde tem
parentes e amigos, e que inspirou e deu nome a uma das faixas do disco.
Barra, Juazeiro e São Gabriel foram outras cidades onde lançou o
seu novo CD. Esta última, São Gabriel, sedia todos os anos um
Como a zabelê que canta e encanta, Loiola tem espalhado o seu
canto e conquistado novos espaços. Uma das músicas do seu último CD foi
classificada entre as doze melhores, dentre 254 participantes de várias regiões
do Brasil, para o Vº Festival Nacional da Canção Popular, Evento realizado
durante a XXIV Feira Internacional de Música em São Paulo.
Inácio Loiola e a Banda Maxixe no Vº Festival Nacional da Canção Popular
- São Paulo 2007 Além da importante apresentação que fez no festival, em São
Paulo, com a música Rubinho do Rio, o rabequeiro Eder Fersant e o flautista
Juniô. Depois, seguiu para mundo que está navegando ... “quem ouviu o assobio
do vapor, quem vai partir que arrume as trouxas, por favor! ” (Assobio do
Vapor, Inácio Loiola e Marcelo Lopes).
Fonte: DA REDAÇÃO DO JORNAL CULTURA E REALIDADE DE IRECE BAHIA/
RELEASE
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