SUSPEITAS DE FRAUDES E CORRUPÇÃO ENVOLVE EMPRESA DE CONCURSO PÚBLICO CONTRATADA PELA PREFEITURA DE GENTIO DO OURO:
São fortes a suspeitas de
irregularidades e corrupção sobre a empresa contratada pela Prefeitura de
Gentio do Ouro para realização do concurso e processo seletivo para provimento
de 169 vagas.
O
prefeito do município de Pilão Arcado (distante 765 km de Salvador), Roberto
Alves Martins, está sendo acusado de ato de improbidade administrativa após o
promotor de Justiça Rildo Mendes de Carvalho constatar a participação dele em
um esquema de fraude em concurso público, em que até um analfabeto foi
aprovado. Na ação, ajuizada pelo promotor na última segunda-feira, dia 4, o
gestor e mais 28 pessoas são indicadas como partícipes de “uma verdadeira quadrilha
sob a vestimenta de funcionários públicos ávidos por ludibriar a fiscalização
legal, usurpar e surrupiar dinheiro público”.
Conforme
Rildo Carvalho, entre os aprovados no concurso realizado em janeiro deste ano,
apenas aqueles que têm alguma ligação com o prefeito foram empossados. Isso
porque a lista de classificação do concurso não está sendo observada, e os
aprovados estão sendo nomeados aleatoriamente. Outra irregularidade apontada
pelo promotor de Justiça é o fato de que pessoas que nem mesmo se submeteram à
avaliação foram consideradas aprovadas, como é o caso do irmão do vice-prefeito
que, semi-analfabeto, foi aprovado para o cargo de porteiro. Segundo Rildo, foi
também nesse contexto que um analfabeto, que não tem carteira de habilitação,
abarcou a terceira colocação para o cargo de motorista de veículo pesado e uma
candidata foi aprovada e empossada no cargo de professora sem possuir o devido
curso de formação para o magistério.
Ressalta
o representante do Ministério Público estadual que, “estranhamente”, quase a
totalidade dos ocupantes de cargo em comissão no município foram aprovados no
concurso. As dezessete primeiras pessoas classificadas, diz ele, são pessoas do
convívio ou tem grau de parentesco com o prefeito ou exercem cargo de confiança
na referida administração pública. Além disso, a publicação do resultado não
ocorreu como de hábito, pois foram lançadas duas listas distintas sem que
houvesse razão para a divulgação da segunda lista. Nessa segunda publicação,
além de constarem novos aprovados, ocorreu a reclassificação dos nomes já
constantes na lista anterior, afirmou o promotor, destacando que os atos
praticados pelo prefeito “traduzem a arraigada certeza de alguns
administradores que a coisa pública deve ser tratada como o quintal de casa,
como se fosse objeto privado, sem se preocupar com a destinação e o interesse
público”.
Outra
anormalidade identificada pelo promotor no concurso foi o fato de que, no
momento de realização do certame, o número de caderno de provas confeccionado
estava em quantidade inferior ao número de candidatos, o que fez com que fossem
retiradas cópias das provas para atender à demanda dos inscritos. Além disso,
continua ele, alguns candidatos assinaram o cartão de respostas do caderno de
provas de lápis e outros de caneta. A prova aplicada em Pilão Arcado também foi
elaborada, fiscalizada e devolvida por empresa diferente daquela que havia
vencido a licitação para realizar o concurso, afirmou Rildo. De acordo com ele,
as empresas WS Consultoria e Serviços Ltda. e Orgal Consultoria Organizacional
Contábil e Administrativa Ltda. participaram da licitação, saindo esta última
vencedora. Entretanto, inexplicavelmente, a WS realizou a prova. Para o
promotor, “é cristalina a existência da fraude na licitação no referido
concurso, envolvendo dolosamente os réus e, inclusive, reforçando a prova
testemunhal de que as referidas empresas pertencem ao mesmo grupo, tendo apenas
de fachada proprietários ou gerentes diferentes”.
Fonte:
(Ministério
Público) http://www.mp.ba.gov.br/noticias/2008/ago_07_prefeito.asp
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