Parede de prédio histórico cai em Gameleira do Assuruá após prefeitura de Gentio do Ouro descumprir determinação judicial
Esperamos que o Ministério e o IPAC intervenham e notifiquem e a prefeitura de Gentio do Ouro para que a determinação judicial seja comprida. |
Com as chuvas que atingiram a vila de Gameleira do
Assuruá, em fevereiro de 2016, parte da parede frontal do prédio da antiga
Escola Alfredo Magalhães Sampaio ruiu. Em 2013, parte da mesma parede já havia
sido derrubada pelas chuvas após a prefeitura ter destelhado o imóvel com a
justificativa de que no local seria construída uma quadra de esportes.
Após intervenção da sociedade civil, do Instituto do
Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia – IPAC, e do Ministério Público do
Estado, em setembro de 2014 o juiz substituto da Comarca de Gentio do Ouro,
Fernando Antônio Sales Abreu, determinou que a Prefeitura recobrisse o prédio
da Escola e que o mesmo fosse cercado e tivesse acesso proibido. O juiz também
proibiu a demolição do antigo mercado e qualquer intervenção no entorno da vila
sem prévia concordância do IPAC.
Após o início da obra de reconstrução do telhado,
realizada pela prefeitura, o IPAC enviou técnicos para vistoriar a obra e
observou que a sua execução estava sendo realizada de forma correta, indicando
alguns pequenos ajustes a serem feitos.
No entanto, a obra não foi concluída e a antiga escola
continua sem telhado. Com as fortes chuvas que atingiram a vila no último mês,
as paredes da escola, que são de adobe e estão expostas, foram molhadas e parte
da parede frontal desabou.
Se o telhado da escola não for refeito o mais rápido
possível o dano ao imóvel poderá ser maior. Em relatório elaborado em
2013, os arquitetos do IPAC José Carlos de Oliveira, e Malva
Clara Weinstein destacam que “sua importância histórica,
afetiva, bem como sua significativa contribuição na formação da paisagem urbana
são, portanto, no nosso entendimento, inquestionáveis, tornando, igualmente
inquestionável e indispensável a sua preservação bem como a reconstrução da
cobertura, restaurando sua volumetria primitiva”.
Esperamos que o Ministério Público e o IPAC intervenham e
notifiquem a prefeitura de Gentio do Ouro para que a determinação judicial seja
cumprida. Gameleira do Assuruá não pode perder mais um exemplar da sua
belíssima arquitetura.
Layno Sampaio Pedra
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