CACO BARCELLOS FALA SOBRE SUA TRAJETÓRIA E FILOSOFIA PROFISSIONAL EM PALESTRA PROMOVIDA EM IRECÊ PELO SEBRAE
O Sebrae trouxe para Irecê na noite desta
sexta-feira (6) uma referência de qualidade no jornalismo brasileiro para
passar um pouco da sua experiência e ética de trabalho ao público empreendedor
da região. O repórter Caco Barcellos, reconhecido por seu trabalho à frente do
programa Profissão Repórter, da Rede Globo, apresentou no auditório do
Gran Fest a palestra ‘Liderança Para Diferentes Gerações’, onde discorreu
sobre como o intercâmbio entre juventude e experiência pode enriquecer as
relações e dinâmicas profissionais não só no trabalho, mas também na vida.
O evento faz parte da Semana Sebrae, uma
programação variada que a entidade vem promovendo em várias regiões da Bahia. A
palestra contou também com apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/Irecê),
da Associação Comercial de Irecê (ACE) e da Prefeitura Municipal. A CDL foi
representada pelo diretor-tesoureiro Adalvo Martins.
A partir do questionamento “Quem aprende mais com
quem? Os jovens ou os mais velhos?”, Caco discorreu sobre a rotina que vive
diariamente no comando do programa do qual é criador e apresentador. O
jornalista coordena o trabalho de um grupo de jovens profissionais, todos eles
sem nenhuma experiência prévia em televisão. “Nossa premissa básica no
Profissão Repórter é, além de mostrar os diversos lados, as diversas verdades
contidas nos fatos, nas notícias, é fazer esse trabalho com um grupo de pessoas
que nunca exerceram a sua profissão no ambiente televisivo, o que por si só é
algo muito desafiante”, ilustrou.
No entanto, os jovens repórteres participam de uma
rigorosa seleção até conquistarem a oportunidade de trabalhar no programa.
“Apesar de inexperientes, são todos muito
capazes. A qualidade nas notas durante a faculdade é um fator de corte
importante”, explicou Caco. O jornalista usou o exemplo do programa
para enfatizar a necessidade de incentivar a entrada de novos profissionais no
mercado de trabalho. “Os jovens tem muito a somar, com seu ímpeto, criatividade
e diferentes visões. Estes elementos, somados com a experiência e conhecimento
dos veteranos, pode levar qualquer iniciativa a outro nível”, afirma.
Injustiça
social
O criador do Profissão Repórter dedicou boa parte de
sua apresentação a um tema que é muito presente nos seus 46 anos de carreira. “Nós somos o país da injustiça. Injustiça
social, injustiça econômica, e isso é uma vergonha”, cravou. Para ele, o
combate as origens de tamanha desigualdade precisa fazer parte da vida de todas
as pessoas. Caco criticou ainda o consumismo desenfreado e irrefletido: “ganhar dinheiro é bom, é importante, não há
dúvida. Mas ter isso como único foco de vida não pode nunca ser algo saudável.
Há de se buscar outros valores mais importantes que a prosperidade material
acima de qualquer outra coisa”, defendeu o jornalista.
Caco Barcellos deu exemplos da influência da defesa
da igualdade e dos direitos humanos no seu trabalho ao longo dos anos, exibindo
vídeos de reportagens produzidas em coberturas de guerras e conflitos, como na
Palestina, onde quase morreu. E afirma que superou muitos perigos e
dificuldades da profissão com conhecimentos adquiridos na infância e na época
em que dependia de trabalhos informais para viver. “Nessa ocasião da Palestina, foi o meu instinto que desenvolvi na época
em que fui taxista que nos tirou daquele perigo. Já no início de carreira,
as coisas que aprendi quando era criança na igreja (encadernamento,
datilografia) me deram ferramentas que me ajudaram nas horas de aperto. Meu
primeiro texto publicado em jornal só saiu por causa do meu ofício de taxista,
que fez meu chefe enxergar um diferencial em mim”, ilustrou.
Filosofia
de trabalho
A partir de seus exemplos de polivalência, Caco
apontou que, para ter sucesso na vida, é preciso valorizar todo tipo de
experiência adquirida, e também saber ouvir. “Para eu, que sou repórter, o mais
importante é ouvir, em detrimento de falar. É ouvindo que eu consigo captar a
essência dos fatos, e só assim eu posso cumprir o meu dever profissional de
mostrar a verdade dos fatos, a realidade dos brasileiros”.
Para o jornalista, que cresceu trabalhando em
diversos empregos para ajudar a família, que era de baixa renda, a definição
das pautas do Profissão Repórter é um dos seus mantras e o centro do seu
ofício. “Todo dia, quando eu acordo, reflito sobre o meu dever como repórter,
que é contar histórias dos brasileiros para os brasileiros, e isso tem
norteado tudo o que eu fiz nesses anos todos”. Por conta disso, um questionamento sempre
o consome todas as manhãs: “Quem eu irei conhecer? Qual será o meu destino?”
Fonte: Ascom/CDL
Comentários
Postar um comentário