Pular para o conteúdo principal

UMA DAS MAIS ANTIGAS CONSTRUÇÕES ONDE FUNCIONOU A PRIMEIRA CADEIA PUBLICA DE GENTIO DO OURO SOFRE AMEAÇA DE DEMOLIÇÃO PELA PREFEITURA:


Recebemos, com surpresa, a notícia de que o prédio, hoje desativado, da Escola Alfredo Magalhães Sampaio, na bela Gameleira do Assuruá, Município de Gentio do Ouro - BA estaria para ser demolido, no intuito de lá ser instalada uma Quadra Poliesportiva.

O prédio da Escola Alfredo Sampaio, no entanto, é a construção mais antiga de Gameleira do Assuruá, a primeira sede do atual Município de Gentio do Ouro, construída, provavelmente, durante a gestão estadual do Governador Luiz Viana (1896-1900). O prédio serviu de Cadeia Pública e, mais tarde, tornou-se Escola Pública.

Além disso, está situado bem próximo ao local onde, segundo os mais antigos, foi encontrada, em meados do século XIX, a Casa das Antas, uma imensa construção abandonada, coberta de melão de São Caetano e com uma grande quantidade de excrementos de antas. É provável que a Casa das Antas tenha servido de base para os vaqueiros da família Garcia D’Ávila, responsável por grande parte da expansão territorial brasileira, desde o século XVI. 

A Igreja de Santana, padroeira de Gameleira, fica situada na vizinhança do prédio ameaçado de demolição. O local, portanto, é um sítio arqueológico, que deveria ser preservado, dado o inegável potencial turístico.

Desse modo, não cabe à demolição de uma construção tão intimamente relacionada com a História do Brasil! O que caberia, isto sim, seria o esforço para sua preservação, na esperança de que pesquisas sejam feitas futuramente, para a recuperação dos indícios restantes da Casa das Antas.

Se é para se instalar uma quadra poliesportiva em Gameleira, fato bastante auspicioso para a infância e juventude do lugar, que já conta com uma indicação aprovada na Câmara dos Vereadores de Gentio do Ouro, em fevereiro de 2012, não é preciso destruir-se a mais antiga construção de Gameleira. Basta que se escolha um terreno – e nisso, Gameleirado Assuruá é abundante – próximo às escolas públicas do lugar, desde que se imagina que a Escola Alfredo Sampaio venha a ser, de fato, e recuperada, e urgentemente, dado que parte do telhado já foi, impensadamente, retirada.

Espera-se, pois, que a grande sensibilidade política do Prefeito de Gentio do Ouro, Ivonilton Vieira, não permita que, em seu mandato, seja cometido o mesmo equívoco que levou à demolição da Casa das Antas, um século e meio atrás. 

Por: Ondina Sampaio 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O inacabado Sobrado de Santo Inácio, um dos mais belos cartões postais de Gentio do Ouro

Em 1932, devido à desvalorização do carbonato, as obras no Sobrado pararam

O mestre Carlos Drummond de Andrade cita Gentio do Ouro em um de seus poemas:

Mestre do verso livre e largo, típico de alguns de seus poemas mais conhecidos (como "A Flor e a Náusea", "Nosso Tempo" e "Canto ao Homem do Povo Charlie Chaplin", todos de A Rosa do Povo, 1945), Drummond também cultivou o verso minimalista, como o exemplificado abaixo, sobre a Bahia:

FATO HISTÓRICO – DESCOBERTA DO OURO EM GENTIO DO OURO:

Distrito de Gameleira do Assuruá - Gentio do Ouro No ano da 1837, a comunidade de Gameleira do Assuruá, município de Gentio do Ouro, situado sobre a parte baiana da Chapada Diamantina, descobriu várias minas de ouro e extraiu algumas arrobas do nobre metal, existindo pepitas com mais de meio quilo. A notícia se alastrou e foi o bastante para que o então Presidente da Província da Bahia enviasse à Câmara Municipal de Xique-Xique (BA), Ofício indagando sobre a existência dessas minas de ouro e quais as providências que estavam sendo tomadas para o recebimento do devido imposto, já que Gamaleira do Assuruá, na época, pertencia ao Município de Xique-Xique (BA). Em resposta à indagação do Mandatário baiano, a Câmara Municipal de Xique-Xique ratificou o achado de grandes pepitas de ouro de pesos diversos e, na ocasião, confessou sua omissão em cobrar dos mineradores e garimpeiros os impostos determinados pela Lei dos Direitos do Ouro. Ainda hoje, é comum os residentes em Gamel...