Pular para o conteúdo principal

Meu querido Ipê



 Por Hellen Barreto Dias, estudante do 2° ano


Era lindo acordar e olhar pela porta da cozinha e contemplar o esplendor do Ipê. Ruim mesmo era ir ao seu encontro e vê-lo flagelado e marcado por nomes e datas (Porquê eles não deixam apenas pegadas e tiram apenas fotos?) . Sentia medo quando chovia ou ventava e algum galho ameaçava cair; hoje, no dia 2 de Outubro de 2018 sinto mágoa por ouvir na voz de muitos a expectativa de ver a árvore que marcou vidas desabando no chão.

Seu tronco foi testemunha de amores prósperos e falhos, seus galhos serviam de lar para as mais diversas formas de vida... E quanto às flores? Ah! Estas já embalaram fotos, sonhos e desejos.

Dona Isaura já ajudou pessoas a virem ao mundo por ter sido parteira, somos infinitamente gratos a ela por ter pego uma sementinha tão pequena nesse 'mundão' de amargura e tê-la feito germinar na mais bela árvore que o solo gentiourense teve a honra de abrigar. 

Eu sempre disse que queria ser como um ipê: florescer quando parecer morrer. Ressurgindo ou não, ele sempre ficará amarelo e grandioso na parte mais iluminada do coração de pessoas que como eu tiveram uma parte de si cortada com um motosserra.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O inacabado Sobrado de Santo Inácio, um dos mais belos cartões postais de Gentio do Ouro

Em 1932, devido à desvalorização do carbonato, as obras no Sobrado pararam

O mestre Carlos Drummond de Andrade cita Gentio do Ouro em um de seus poemas:

Mestre do verso livre e largo, típico de alguns de seus poemas mais conhecidos (como "A Flor e a Náusea", "Nosso Tempo" e "Canto ao Homem do Povo Charlie Chaplin", todos de A Rosa do Povo, 1945), Drummond também cultivou o verso minimalista, como o exemplificado abaixo, sobre a Bahia:

FATO HISTÓRICO – DESCOBERTA DO OURO EM GENTIO DO OURO:

Distrito de Gameleira do Assuruá - Gentio do Ouro No ano da 1837, a comunidade de Gameleira do Assuruá, município de Gentio do Ouro, situado sobre a parte baiana da Chapada Diamantina, descobriu várias minas de ouro e extraiu algumas arrobas do nobre metal, existindo pepitas com mais de meio quilo. A notícia se alastrou e foi o bastante para que o então Presidente da Província da Bahia enviasse à Câmara Municipal de Xique-Xique (BA), Ofício indagando sobre a existência dessas minas de ouro e quais as providências que estavam sendo tomadas para o recebimento do devido imposto, já que Gamaleira do Assuruá, na época, pertencia ao Município de Xique-Xique (BA). Em resposta à indagação do Mandatário baiano, a Câmara Municipal de Xique-Xique ratificou o achado de grandes pepitas de ouro de pesos diversos e, na ocasião, confessou sua omissão em cobrar dos mineradores e garimpeiros os impostos determinados pela Lei dos Direitos do Ouro. Ainda hoje, é comum os residentes em Gamel...